Ed. #41 | Medo de ficar sem dinheiro na velhice: você tem?
O QUE TEM NESSA EDIÇÃO
✉️ Editorial: mais news, menos insta
💸 Ficar sem dinheiro na velhice é novo medo desbloqueado
💼 Prazer (ou não), desaposentadoria
🥹 Vida com sentido: conselhos de um cara de 100 anos
✍️ Enquete
🫂 Quem somos
Olá,
Obrigada por abrir esta edição! Quero agradecer aos novos assinantes e desejar as boas vindas. Caso você seja um deles, deixa eu me apresentar. Sou jornalista especializada em gerontologia e trabalho ajudando pessoas, marcas e negócios a expandir horizontes sobre envelhecimento.
Esta newsletter é um projeto independente que tem como objetivo debater o papel do sujeito que envelhece (eu, você, todo mundo) na sociedade contemporânea.
Para quem já está acompanha Maturidades de outros carnavais, um aviso importante: estou reduzindo a atuação no Instagram. Motivos:
1️⃣A rede não entrega meu conteúdo de forma orgânica, o que é frustrante e cansativo.
2️⃣ Não vejo sentido em espremer debates e histórias de modo a caberem em um vídeo curto.
3️⃣As redes sociais caminham para um futuro duvidoso, com o fim das verificações independentes de fatos e passe livre para retrocessos dos quais achávamos ter nos livrado. Não me agrada a ideia de alimentar esse ecossistema.
Tudo isso para dizer que…
🧡Se você está aqui, isso significa muito para mim.
Na newsletter temos de fato uma comunidade real que irá crescer em ambiente seguro, em torno de conversa e informação sobre um tema que atravessa nosso presente e nosso futuro, tanto como indivíduos como sociedade: o envelhecimento.
Boa leitura!
Mariana Mello
Ficar sem dinheiro na velhice: novo medo desbloqueado
Sabe o que uma visita aos meus pais e uma matéria da Fortune têm em comum? A mesma notícia: pessoas aposentadas pertencentes à classe média estão puxando o freio em gastos, motivadas pela preocupação do dinheiro acabar antes do final da vida.
De acordo com a Prudential Financial, uma empresa voltada à gestão de investimentos/recursos financeiros e planejamento de aposentadoria, a redução no padrão de vida de pessoas 50+ pode ser comprovada em números levantados recentemente.
Pessoas de 65 anos de idade com patrimônio de pelo menos seis dígitos estão acessando apenas 2,1% de suas economias. Ou seja: de um colchão financeiro de US$ 500 mil a retirada tem sido apenas US$ 10,5 mil.
Sabe aquela imagem do típico americano aposentado no cruzeiro, curtindo a vida? Será uma raridade.
Aqui no Brasil, meus pais nunca sonharam com viagens de luxo, mas também estão fechando torneiras do orçamento. Ambos são aposentados, saudáveis, já passaram dos 75 anos e têm reservas. Mas estão preocupados.
Cortaram assinaturas de jornais e revistas, reduziram idas a restaurantes, passaram a ter apenas um carro, dispensaram empregada doméstica.
O assunto dinheiro ficou mais frequente nas conversas, reparei nisso.
Vale para o Brasil e para o mundo: a tensão aumenta quando pensamos no cenário da expectativa de vida maior – muitas vezes além das projeções financeiras feitas no passado – e do aumento de custos básicos, como moradia, alimentação e saúde.
Uma pesquisa recente feita pelo Serasa aponta que 58% das pessoas idosas brasileiras entendem que não conseguiram se planejar financeiramente para esta etapa da vida. No mesmo estudo, 70% dos respondentes afirmam que o valor do benefício de aposentadoria não é suficiente para viver.
🚩 Isso nos leva ao próximo assunto: vamos trabalhar até o fim da vida.
Já ouviu falar em desaposentadoria?
Se os boomers estão voltando ao mercado após os 60, imagina a gente…
Fui casada com um cara que, antes dos 40, já planejava a aposentadoria. Não exatamente em termos financeiros, mas comprando os livros e DVDs que iria assistir na velhice. Não sou amiga de ex, mas se fosse adoraria dizer a ele: “Sorry, meu bem, não vai rolar". 😛
Em vez de curtir a casa no campo e compor os rocks rurais, vamos todos desaposentar.
Isso já está acontecendo, segundo dados do Pew Research Center.
Sabia que o número de pessoas que continuaram a trabalhar após os 65 anos nos Estados Unidos quadruplicou desde a década de 1980?
E se eu te contar que meu pai – de novo ele aqui na news – está de volta à ativa no mercado? Após anos em casa lendo e vendo filmes, como meu ex sonhava, foi chamado para ser consultor independente e agora vive ocupadíssimo. Liguei hoje e não me atendeu. Estava em reunião.
Números, quero números
🔸 Quase 20% dos americanos acima dos 65 anos estão empregados. É o dobro da parcela dos que trabalhavam há 35 anos.
🔸 Os 11 milhões de americanos 65+ que estão na ativa representam 7% de todos os salários pagos pelos empregadores dos EUA. Em 1987, eles somavam só 2%.
🔸 No Reino Unido, quase 20% dos baby boomers estão voltando ao mercado de trabalho ou planejando esse retorno. Baby boomers são as pessoas nascidas entre 1946 e 1964, hoje na faixa dos 61 e 79 anos.
🔸 No Brasil, em 2022, o número de trabalhadores formais com mais de 50 anos alcançou 13,4 milhões de pessoas, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.
🔸 Para além do trabalho formal, empreender tem sido uma alternativa para a maturidade. No Brasil, dos 29,8 milhões de proprietários de negócios, cerca de 4 milhões são liderados por empreendedores com mais de 60 anos. Os dados são do Sebrae.
Dear, você não vai se aposentar
Baby boomers construíram patrimônio, reserva financeira, se aposentaram formalmente e, como vimos, o dinheiro não dá. O que será das gerações futuras? (A nossa, no caso).
Dizem que as conquistas de quem hoje tem 30 anos giram em torno de viagens parceladas, iPhone e copo Stanley. 🤡 🤡 🤡 Hahaha.
Brincadeiras à parte…
Como será a preparação financeira para a velhice em tempos de mercado de trabalho instável, insegurança financeira e profissões deixando de existir?
Só desaposenta quem um dia se aposentou.
Nem isso teremos! 🥴
Preguiça de viver? Desânimo? Consulte um centenário
Ideia do jornal Washington Post para reproduzir em casa: pedir conselhos de vida a uma pessoa que já viveu muito.
Recentemente, leitores tiveram a chance de enviar perguntas a Jack Weber, veterano da Marinha e dentista aposentado que hoje tem 100 anos.
A reportagem foi replicada no Estadão da semana passada.
Ler essas recomendações vai deixar seu dia mais feliz. ☀️Quer ver?
1. 🍦 Saboreie as coisas simples.
2. 🎒 Encontre interesses em comum com seu companheiro ou companheira.
3. 👍 Diga sim a novas pessoas e experiências.
4. 🖍️ Na relação com os filhos, não deixe de lado as pequenas coisas.
5. 💁🏽♀️ Faça coisas para outras pessoas.
6. 🛼 À medida que você envelhece: aja como se fosse jovem.
Quem somos
Mariana Mello é jornalista especializada em Gerontologia (PUC-SP e Einstein) e idealizadora do Maturidades. Criou e dirige também a Alma, estúdio de produção de conteúdo e projetos para marcas com ênfase no tema maturidade e envelhecimento.
O que podemos fazer pela sua empresa:
- 🧠 Curadoria e produção de conteúdo sobre envelhecimento a partir da nossa capacitação em Gerontologia, Gerontologia Social e comunicação;
- 🗣️ Mediação de paineis em eventos corporativos;
- ☕ Roda de conversa online ou presencial;
- 🧑🏫 Workshop sobre letramento e comunicação sobre cultura de maturidade.
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